Data: 01-02-2012
Criterio: C2a(i)
Avaliador: Miguel d'Avila de Moraes
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG: Marcelo
Especialista(s):
Justificativa
Neoregelia pernambucana é endêmica do Brasil e ocorre nos Estados de Pernambuco e Alagoas. A espécie é predominantemente epífita, mas também pode ser encontrada no sub-bosque sobre lajedos de pedra como rupícola. Ocorre em Florestas Ombrófilas Densas ao norte do Rio São Francisco, nas florestas úmidas entramontanas e altomontanas do Centro de Endemismo de Pernambuco. Tem uma AOO inferior a 20 km². Estima-se que N. pernambucana tenha menos de 100 indivíduos maduros na natureza. São conhecidas apenas duas subpopulações, confinadas em pequenos fragmentos remanescentes da Mata Atlântica nordestina. Apesar de uma das localidades estar situada dentro de uma unidade de conservação (SNUC), devido à falta de fiscalização consideramos ambas subpopulações sob uma mesma situação de ameaça. Dados sugerem que o extrativismo, em funçãode seu valor ornamental, pode ter levado a espécie ao quase desaparecimento na natureza. N. pernambucana foi avaliada como "Criticamente em perigo" (CR).
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Neoregelia pernambucana Leme & J.A.Siqueira;
Família: Bromeliaceae
Descrita em in E.M.C. Leme, Nidularium - Bromeliads of Atlantic Forest 232 (2000). Neoregelia pernanbucana pode facilmente ser confundida com Wittrockia cyathiformis ou W. gigantea quando estéril, pelas folhas largas com máculas escuras e espinhos bem desenvolvidos, além de frutos alaranjados, coloração que até a descrição deste táxon, em 2000, não havia sido reportada para o gênero (Leme, 2000). O mesmo autor indica ainda afinidade morfológica de N. pernanbucana com N. menescalii, porém estas podem ser prontamente diferenciadas pelas folhas mais longas e com máculas verde-escuras bem acentuadas e pela inflorescência largamente capitata em N. pernanbucana. Pode ser confundida em campo com as espécies simpátricas Portea leptantha e Hohenbergia ramageana (Leme, 2000).
Estima-se que N. pernanbucana tenha menos de 100 individuos na natureza (Leme, 2000; Biodiversitas, 2005).
A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo exclusivamente nos Estados de Pernambuco e Alagoas (Forzza et al., 2012).
A espécie, herbácea, é predominantemente epífita, podendo também sobreviver no sub-bosque sobre lajedos de pedra como saxícola ou rupícola (Leme, 2000; Siqueira-Filho; Leme, 2006). Ocorre em Florestas Ombrófilas Densas (Martinelli et al., 2009) ao norte do Rio São Francisco (Mata Atlântica Nordestina), nas florestas úmidas montanas e altomontanas do Centro de Endemismo Pernambuco (Leme, 2000). É encontrada entouceirada em galhos sobre os galhos mais altos de árvores co 30 a 40 metros de altura; resiste a sombra nesta condição (Leme, 2000). N. pernambucana foi observada com flor entre os meses de novembro a janeiro (Siqueira-Filho; Leme, 2006).
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade
high
Detalhes
As subpopulações de N. pernambucana se encontram confinadas em pequenos fragmentos do que sobrou da Mata Atlântica Nordestina nos Estado de Pernambuco e Alagoas (Leme, 2000; Siqueira Filho; Leme, 2006).
1.3.4 Non-woody vegetation collection
Incidência
local
Severidade
very high
Detalhes
Aparentemente, a espécie só é encontrada em localidades de difícil acesso sugerem que o extrativismo irracional deste vistoso táxon da natureza por estar levando a sua extinção em locais mais acessíveis (Siqueira Filho; Leme, 2006).
4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A localidade-tipo da espécie está situada dentro da Reserva Particular do Patrimônio Natural Frei Caneca, em Pernambuco. Uma outra subpopulação foi identificada na região da Usina Serra Grande, uma propriedade particular em Alagoas que abriga um dos maiores remanescentes florestais acima do Rio São Francisco (Leme, 2000; Siqueira-Filho; Leme 2006).
1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: A espécie consta no anexo II da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008 (MMA, 2008). Foi considerada "Criticamente em Perigo" (CR) em avaliação de risco de extinção feita pela Fundação Biodiversitas (Bioidiversitas, 2005) e pelos autores que a descreveram.
- LEME, E.M.C. Canistropsis Bromélias da Mata Atlântica. Rio de Janeiro: Salamandra Consultoria Editorial Ltda., 1998. 76 p.
- FORZZA, R.C. ET AL. Bromeliaceae. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB000066>.
- MARTINELLI, G.; VIEIRA, C. M.; LEITMAN, P. ET AL. Bromeliaceae. In: STEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.186, 2009.
- STEHMANN, J.R. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. 2009. 515 p.
- SIQUEIRA FILHO, J.A.; LEME, E.M.C. Fragmentos de Mata Atlântica do Nordeste - Biodiversidade, conservação e suas bromélias. Andrea Jakobsson Estúdio, 2006. 360 p.
- LEME, E.M.C. Niudularium - bromélias da Mata Atlântica. Rio de Janeiro, RJ: Sextante, 2000.
- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.
- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.
CNCFlora. Neoregelia pernambucana in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Neoregelia pernambucana
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 01/02/2012 - 13:37:13